Crush em Hi-Fi

Música, trilha sonora, CDs, discos, DVDs, mp3, wmas, flac, clipes, ruídos, barulho, sonzera ou como quer que você queira chamar.

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The Smoggers, de Sevilha, mostram que a cena de garage punk da Espanha está viva e fazendo barulho

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Formada em 2008 e com sede em Sevilha, na Espanha, The Smoggers é uma das novas bandas mais bacanas na cena garage espanhola. O quarteto chamou a atenção dos fãs do rock underground com um som que puxa para o garage punk cheio de fuzz dos anos 60, com influências notáveis de Sonics13th Floor Elevators em seu som.

A banda conta com Fernando Smogger nos vocais, guitarras e gaita, Gusti Smogger no baixo e Ana Smogger na bateria e vocais de apoio. O guitarrista Jesús Smogger, que participou de todas as gravações até o momento, saiu da banda há alguns meses e o trio procura por um novo membro para completar sua formação. Alguém aí conhece um bom guitarrista espanhol com o pé enfiado no fuzz?

Conversei com Fernando sobre a carreira da banda, a cena de garage da Espanha e o mundo pop:

– Como a banda começou?

A banda foi formada em uma pequena vila ao sul da Espanha quando Ana, Jesús e eu conversávamos sempre sobre garage punk e a cena do rock and roll underground. Entao, decidimos formar uma banda de garagem porque pensamos que era o momento certo para este projeto, já que em Andalusia não existem garage bands. Gusti entrou como nosso baixista depois!

– Você pode me falar um pouco da cena espanhola de garage?

Sim, lógico. Entre as décadas de 80 e 90, a cena garageira espanhola era apenas formada apenas por algumas poucas bandas legais. Mais ou menos 15 anos atrás, esta cena começou a fazer barulho na Europa e nos Estados Unidos com muitas bandas incríveis como Wau y los Arrrghs, Moonstones, Hollywood Sinners, Aspiradoras, Phantom Keys e muitas outras…

– Quais são as principais influências da banda?

Amamos os garage punk original dos 60’s como The Sonics, Wailers, Swamp Rats, Electras e também grandes compilações como Back From The Grave, mas na verdade acho que a influência mais importante para o som do The Smoggers são bandas dos anos 80 e 90 de garage como The Fuzztones, Gruesomes, Gravedigger V, Miracle Workers, Cynics, Chesterfield Kings, Primates, Lust-O-Rama, Mummies, Makers ou Billy Childish. Na verdade, também amamos The Branded, The Satelliters e Staggers, por exemplo!

– Me conte um pouco sobre a discografia do The Smoggers.

No momento, nossa discografia consiste em dois 10 inches de 2010 (“Smoggin’your Mind” e “Chinese Food”, ambos pela Clifford Records, que assinou com a banda), alguns EP’s (“A day with you” pela Grit Records, “Shame on You” e “Breaking your Boots with The Smoggers” pela KOTJ Records e Ghost Highway Recordings e um 7″ Split Smoggers/Fadeaways pela gravadora de Nova York Chickpea Records) e, finalmente, temos nosso primeiro álbum 12″ chamado “Join The Riot” lançado pela Clifford Records que foi relançado no último verão! Alguns desses discos estão esgotados, algo muito importante para uma banda pequena como o Smoggers! Além disso, temos alguns novos projetos que lançaremos em breve. Nosso segundo guitarrista não participará, já que saiu da banda alguns meses atrás… mas não se preocupem, freaks: The Smoggers continuará com um novo músico!

A capa de "Join The Riot", primeiro disco da banda.

A capa de “Join The Riot”, primeiro disco da banda.

– Como é o processo criativo de vocês?

Nossos dois guitarristas e vocalista criam a melodia básica e as letras e depois fechamos as músicas quando ensaiamos as novas melodias todos juntos! Lógico que toda a banda dá o seu pitaco para finalizar as músicas e elas ficarem bacanas. Agora, sem Jesus na banda, tentarei colocar todo meu esforço no processo. Eu adoro escrever e sempre tenho a ajuda de Ana Smogger e Gusti para criar novas músicas!

– O mundo está ficando mais pop e menos rock? 

Sobre isso, quero dizer… The Smoggers não toca pop, nós odiamos a porra do pop, amamos o Rock and Roll e o Garage Punk dos anos 60!

– Quais são os maiores desafios de ser uma banda independente hoje em dia?

Sem dúvidas, a coisa mais importante é ter uma identidade real como banda e então estar pronto para gravar e tocar sempre, de novo e de novo. É impossível para bandas do underground terem um destino bacana sem fazer desta forma!

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– Onde você gostaria de ver os Smoggers em 10 anos?

Gostaríamos de estar tocando em alguns festivais em que não tocamos ainda! Temos muita gente apoiando e muitos fãs, mas ainda não temos os contatos necessários para isso! De qualquer forma, estamos orgulhosos da forma que as coisas estão acontecendo e seria incrível que em 10 anos alguém compre um de nossos discos em alguma cidade do mundo e ele ou ela diga “Cara! Yeah! Esses The Smoggers são ótimos, um som bem garage punk dos 60’s!”

– Se você pudesse chamar qualquer músico para participar em uma música dos Smoggers, quem seria?

(Risos) Essa pergunta é sensacional! Ligaríamos para Leighton Koizumi, Craig do Chesterfield Kings, Rudi Protrudi, talvez Wild Evel também e, é claro, seria incrível tocar com Billy Childish!

– Alguma banda chamou a atenção de vocês recentemente?

Ultimamente eu prestei atenção em bandas como The Routes (do Japão), Scumbugs (da Noruega), além do The Fourteens, The Mongrelettes (da Grécia) e muitas outras!

Ouça o disco “Join The Riot” aqui:

Vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhante: 5 bandas vermelhas que vão ferver seu sangue

O vermelho tem sofrido um grande preconceito hoje em dia. Tem gente (e até cachorro!) apanhando na rua só por estar vestindo vermelho, o que é uma coisa horrível. Vermelho é uma cor tão importante pra música, poxa! Lembrem-se do Red Hot Chili Peppers. O disco “Red” do King Crimson. O Simply Red. O disco “Red” da Taylor Swift. Os “red albums” do Weezer e do The Game. As roupinhas de Jack e Meg White no White Stripes.

Tá, não foram todos grandes exemplos, mas enfim: vamos a cinco bandas que conheci recentemente e fazem jus à força que a cor vermelha sempre representou. Ou você acha que o líder dos Power Rangers, Changeman, Maskman e todos tokusatsus era vermelho por acaso?

Red Boots
Gênero: Vermelho-sangue

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O duo de Rio Grande do Norte é formado por Luan Rodrigues (guitarra, voz) e Gil Holanda (Bateria) e em 2014 lançou o disco “Touch The Void”, que não deve nada pras bandas de stoner internacionais. O primeiro disco, “Aracnophilia”, de 2011, também vale a ouvida.

Blood Red Shoes
Gênero: Vermelho-diabo (vestindo Prada)

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Outra dupla, desta vez vinda de Brighton, na Inglaterra. Formada por Laura-Mary Carter (vocal, guitarra) e Steven Ansell (bateria, vocal), a banda já lançou quatro discos: “Box of Secrets” (2008), “Fire Like This” (2010), “In Time to Voices”(2012), e “Blood Red Shoes” (2014), além de vários EPs e vinis 7″. O nome foi tirado de um musical de Ginger Rogers e Fred Astaire e o som é o velho rock alternativo com pitadas de grunge, garage e punk.

Red Fang
Gênero: Vermelho-Bloody Mary

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O quarteto de Portland, Oregon, passeia entre o heavy metal e o stoner rock sem abaixar o volume em nenhum momento. Formada por Bryan Giles, Aaron Beam, David Sullivan e John Sherman, a banda existe desde 2005 e lançou três discos: “Red Fang” (2009), “Murder the Mountains” (2011) e “Whales and Leeches” (2013). Os clipes da banda são em sua maioria divertidíssimos, o que ajudou a popularizar ainda mais o som dos americanos.

Russian Red
Gênero: Vermelho-União Soviética

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Apesar do nome, a cantora Lourdes Hernández, codinome Russian Red, veio da Espanha. Chamada de “a Feist da Espanha”, Russian Red escreve sempre em inglês e está na ativa desde 2007. Já lançou três discos: “I Love Your Glasses” (2008), “Fuerteventura” (2011) e “Agent Cooper” (2014), disco que a trouxe ao Brasil, onde se apresentou no festival No Ar Coquetel Molotov, no Recife, e no Sesc Vila Mariana, em São Paulo.

A Tribe Called Red
Gênero: Vermelho-urucum

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O trio canadense A Tribe Called Red faz música eletrônica que mistura elementos de hip hop, reggae, moombahton e dubstep, sempre com muita percussão na mistura. Formada pelos DJs Ian “DJ NDN” Campeau, Tim “2oolman” Hill e Bear Witness, a banda define seu som como “powwow-step” e já lançou dois discos: “A Tribe Called Red” (2012) e “Nation II Nation” (2013).

A geração Mtv continua viva e respirando no Youtube: Raimundos, Matanza e Offspring lançam novos clipes

Três bandas que fizeram história nos áureos tempos da Mtv Brasil quando esta ainda falava mais de música do que de realities de paquera estão com clipes novos.

O Raimundos lança “Gordelícia”, música de seu disco “Cantigas de Roda”, de 2014. O disco traz um retorno ao espírito do grupo em suas origens, como no disco de estreia de 1994. A música é um ska, então o clipe tem todo aquele clima skazeiro, com os metais em destaque e tudo mais.

Já o Matanza apresenta “A Sua Assinatura”, primeiro single de seu próximo disco, “Pior Cenário Possível”. O clipe é ao vivo no estúdio e o som é o que se espera do Matanza, o velho countrycore com letras pessimistas, amargas e cheias de capetas.

E por fim, o Offspring volta à cena com “Coming For You”, single do décimo disco, a ser lançado ainda este ano. Se você tem medo de palhaços, não dê o play: o clipe mostra tretas encarniçadas da galera palhaça. A música não é a melhor coisa que o Offspring já fez, mas pelo menos foge da péssima ideia de colocar influências do que está na moda no primeiro single, como na horrenda “Cruising California” do último disco, “Days Go By”.

Banda Ghost of Matsubara enche as ruas do Japão de zumbis nipônicos em seu novo clipe “Dead Skin”

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Tom Fallon era arqueólogo nos Estados Unidos. O mercado andava muito ruim e ele percebeu que estava tendo que cortar grama e fazer serviços de jardinagem para juntar alguma grana. Eis que um amigo dele chegou e disse “Ei, porque você não vai para o Japão dar aulas de inglês?” Foi o que Tom fez e assim deu origem ao Ghost of Mastubara.

Em 2005, Tom se mudou para o Japão, e em 2011 começou a banda, que conta com Tom Fallon na voz e guitarra, Tak Kudo no baixo e backing vocals e Kota Toyoshima na bateria. Em 2012, lançaram “From The Ashes Not Yet Cold” e o EP “Live From a Coma”.

A banda tem um som influenciado por TooL, Fallout Boy, Panic! At The Disco, Twenty One Pilots, My Chemical Romance, Muse, Bright Eyes, Coheed & Cambria, Flogging Molly, NOFX, Green Day e Johnny Cash e está lançando o clipe “Dead Skin”, recheado de zumbis japoneses.

Conversei com Tom (e já era quase meia noite no Japão!) sobre a banda, a vida no Japão, a cena de rock por lá e como a internet ajuda a fazer bandas alcançarem público internacionalmente:

– Como surgiu o nome da banda?

Em 2010, eu morava no bairro de Mastubara. Sendo um estrangeiro, você se sente às vezes como se estivesse lá, mas não estivesse, sabe? Como um fantasma. Daí surgiu o nome Ghost of Matsubara, que é como eu me sentia. Aqui no Japão o pessoal achava que se tratava de alguma lenda ou mito. Na época, o baixista Tak era o único japonês da formação, então depois dos shows as pessoas vinham até ele e perguntavam “você é o filho de Matsubara? Você é o Matsubara?” (risos)

– Vocês estão fazendo turnê?

Adoraríamos tocar pelo mundo, mas no momento estamos tocando por aqui mesmo. Em Tóquio, Nagoya…

– Como você define o som do Ghost of Matsubara?

Progressive punk indie core. Temos influências de tudo isso, então… Por exemplo, “Dead Skin” é bem punk 90s, mas no próximo disco teremos algumas músicas com um clima bem diferente, com um jeito mais progressivo… mais na direção do que o Coheed and Cambria faz. No próximo disco, teremos também uma música country e uma faixa escondida chamada “Homesick”, só comigo tocando um violão, algo como uma valsa country.

– Você falou que a formação mudou, o que rolou?

Começamos a banda com apenas um japonês na formação, o Tak. O baterista também era americano, como eu. Mas aí rolou aquela briga de egos, ele saiu e a situação foi uma merda. Tentei fazer ele ficar, mas ele insistiu que queria sair. Quando conseguimos um novo baterista, ele ficou puto. Dá pra entender? Agora eu sou o único não-japonês da banda. (risos)

10349011_10152705922013961_4003044600992664299_n– E banda é mais bem aceita pelo público japonês agora, com dois membros nipônicos?

Podemos dizer que sim. É mais fácil de sermos aceitos por causa dos membros japoneses. Eu sou fluente em japonês, o baterista anterior não era, então hoje a banda se conecta melhor com o público.

– Como é o processo criativo de vocês?

As letras são todas minhas. Às vezes eu já penso em um riff de guitarra ou numa progressão de acordes. Aí levo para os ensaios, o Tak ouve e normalmente diz “hmmm… legal” (risos). Aí eles modificam ou ajudam a progredir tudo até que se transforme em uma canção. O Tak é um ótimo músico, então criamos tudo como um time.

– As letras são todas em inglês ou tem algumas em japonês?

Tem uma música chamada “Eclipsed” que tem um trecho em japonês. Eu escrevi ela sobre uma menina que me deu um pé na bunda e não entendia inglês. Como eu fiquei bem puto com o rompimento, fiz esse trecho em japonês pra que ela entendesse o que eu estava dizendo. (risos)

– O que você acha das músicas que estão sendo lançadas atualmente?

Eu vi algo engraçado sobre isso: um meme com o Geddy Lee, o baixista e vocalista do Rush, que dizia “Eu toco baixo, enquanto canto, toco teclado e piso nos pedais de distorção com os pés. Como esse povo que usa playback porque dança pode ser chamado de artista?” Mas existem coisas boas no pop, não dá pra negar. Eu adoro quando bateristas de rock colocam, por exemplo, uma levada de disco music no meio da música. Acho que tudo tem seu lado bom, musicalmente.

– Quais os maiores desafios de ser uma banda independente?

Como músico de rock, pelo menos você faz o que quer fazer. Eu adoraria ter mais auxílio, mas é bom não ter que responder para ninguém. Existe o exemplo da Avril Lavigne, que começou como rock e foi indo na direção do que os empresários pediram, virando uma marionete pop.

– E como anda a cena independente no Japão?

No Japão as pessoas querem que você pague para tocar, o que eu acho muito errado. Mesmo que seja uma proposta ruim, que pelo menos haja um retorno para a banda. Nos faça uma proposta e estaremos felizes por tocar, sabe?

10698576_10152705921988961_3040249923906755392_n– Aqui no Brasil também tem locais que exigem que as bandas vendam ingressos para tocar.

Sim, isso é horrível. Mesmo que a banda seja talentosa, ela está sendo roubada. Além disso, só seus amigos irão “assistir” você. Aqui no Japão, querem que vendamos ingressos por US$ 25!

– Falta um pouco de alma na música de hoje em dia?

Tem um lugar aqui em Nagoya onde jovens músicos independentes vão para tocar, normalmente com voz e violão, cantando com sua almas. Esses dias estava lá um cara com um computador e um microfone cantando. Era um tipo de karaokê, e as pessoas pensam que isso é música. Bom, eu realmente não respeito isso aí.

– Que bandas recentes fazem sua cabeça?

As duas principais são o Coheed and Cambria, que tem um trabalho de guitarra e letras incríveis, e Passenger, um músico folk com ótimas letras e que toca muito bem seu violão, um dedilhado incrível. Ah, e tem o 21 Pilots! Conheci essa nos vídeos relacionados do Youtube. Fui clicar sem muita expectativa e HOLY SHIT!

– Você disse que conheceu o 21 Pilots pelos vídeos relacionados do Youtube. O Youtube ajuda na divulgação de bandas para mais pessoas por todo o mundo?

Na verdade o Youtube é apenas uma plataforma, cabe às bandas fazerem com que os clipes ou vídeos fiquem conhecidos pelo grande público. O Youtube não faz nada pra nos ajudar. Existem canais que ajudam a divulgar bandas novas e a cena underground, como o BlankTV, que inclusive já passou clipe nosso.

– No Japão agora tem um movimento musical chamado Visual Kei, cheio de maquiagens, cabelos e etc. O que você acha disso?

O Japão pode ser cheio de artifícios, você precisa ter algo que chame a atenção no visual. Eu não gosto de usar esses artifícios visuais, eu cresci com Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden… cru, sem figurino. O Tak viveu 10 anos nos Estados Unidos e pensa como eu, então a banda segue nesse estilo.

– Quais são os próximos passos do Ghost of Matsubara?

Estamos arrecadando dinheiro para nosso próximo disco (no http://www.gofundme.com/gomnextcd) e depois de “Dead Skin”, queremos fazer clipes para mais músicas. “Dead Skin” foi sobre zumbis, queremos fazer mais alguns com temas de monstros, o próximo deve ser de alguma criativa saindo do oceano, algo como uma mistura de Godzilla e King Kong

– Vocês pretendem vir tocar no Brasil?

Adoraríamos ir para o Brasil, mas não temos contatos por aí. Se alguém quiser levar uma banda de rock diretamente do Japão para tocar aí, nós somos a banda que procuram! (risos)

– Onde podemos ouvir as música do Ghost of Matsubara?

No nosso site (http://ghostofmatsubara.com) tem tudo lá. Se você quiser comprar nossas músicas, peço que compre direto no próprio site (http://ghostofmatsubara.com/gomdirectbuymusicstore), apesar de elas estarem disponíveis no iTunes e CDBaby. Sabe como é, assim o dinheiro vem direto pra nós. Cortem os intermediários! (risos)

Os suecos do The Chuck Norris Experiment afirmam que o rock está vivo: “Gene Simmons é só um velho rico e cuzão”

Bandpic + logo Vinda diretamente da Suécia, a The Chuck Norris Experience é uma banda que promete dar roundhouse kicks certeiros em seus tímpanos. Em seu último disco, “Right Between The Eyes”, dá pra notar que o quinteto não amoleceu nem colocou toques de hip hop em seu som para deixá-lo mais ~vendável~. Nada disso: é porrada atrás de porrada na orelha.

O nome da banda pode aludir ao Chuck Norris dos filmes de ação, mas segundo os suecos, é uma homenagem ao guitarrista de blues americano Charles “Chuck” Norris, que gravou o disco “Los Angeles Flash” em Gothenburg em 1980.

A banda vem destilando seu hard rock apunkalhado desde 2004, tendo tocado com grandes bandas como Supersuckers, Peter Pan Speedrock, Exploited, V8 Wankers, Electric Eel Shock, Hard-Ons, Dozer, Meteors, Trail Of Dead, Bombshell Rocks e muitas outras.

Conversei com Jocke Ramson (ou “Chuck” Ramson), vocalista da banda, sobre a carreira da banda, Gene Simmons ser um velho rico e cuzão e de como oito meses de escuridão podem te ajudar a criar um bom disco de rock:

– Como a banda começou?

Dez anos atrás éramos cinco jovens entediados na cidade de Göteborg na Suécia que em um estado de embriaguez começaram este lindo projeto que depois se tornou uma banda. Nós não planejamos, apenas aconteceu.

– O nome da banda é ótimo. Como vocês chegaram nele?

O que ainda soa legal quando você tomou dez cervejas sempre vai soar legal depois de dez cervejas! O plano com o projeto Chuck Norris Experiment era ensaiar dez vezes e então gravar um álbum, nunca pensamos que ia durar dez anos, então pegamos um nome de banda que achamos legal depois de dez cervejas, e nunca pensamos duas vezes sobre isso.

CNE 2011– Segundo o site, vocês todos se chama Chuck. Quais seus nomes reais?

Chuck Ransom = Joacim Olsson
Chuck The Ripper = Tommi Saarela
Chuck Rooster = Robert Nilsson
Chuck Buzz = Markus Nordberg
Chuck Dakota = Boris Karloff

– Porque tantas bandas incríveis vêm da Suécia? Vocês devem ter algo de diferente por aí.

Temos escuridão por oito meses todo ano! É por isso que nos trancamos em porões tocando rock e tomando cerveja. E também temos as garotas mais bonitas do mundo, e todas elas amam rock’n’roll! A razão mais importante.

– Eu descobri a banda pelo clipe de “Taking Out Berlin”, no Youtube. Como vocês acham que o Youtube e a internet em geral ajudam a promover novas bandas e fazê-las conhecidas mundialmente?

Acho que é bom para bandas que começaram logo com uma promoção online, agora já é uma grande confusão de coisas jogadas. Hoje em dia eu acho que é bem melhor lançar discos de vinil e fazer turnês.

– Vocês fizeram um álbum split com Nick Oliveri (Mondo Generator, ex-Queens Of The Stone Age). Como foi a experiência?

Não foi tão legal quanto parece! Nós gravamos nossas músicas aqui na Suécia e ele gravou as coisas dele nos EUA, então um selo alemão lançou tudo. Nós não encontramos Nick na época, na verdade conhecemos ele em Los Angeles algumas semanas atrás. Um cavalheiro muito bacana.

– Como o som da banda mudou do primeiro álbum até o último lançamento, “Right Between The Eyes”?

Acho que nosso som se manteve até que intacto com a passagem dos anos, o último álbum soa como o primeiro. Nos tornamos melhores músicos, o que é bom para algumas partes, como os solos de guitarra que estão foda no novo disco, mas eu também gosto quando o som é simples e cru, apenas porque você não pode fazer de outra maneira.

– Se você pudesse escolher uma música para definir The Chuck Norris Experiment, qual seria?

Eu escolheria “Black Leather”, do disco novo, “Right Between The Eyes”. É um hard rock clássico com um toque de punk, com letras nonsense, justamente do jeito que a The Chuck Norris Experience deveria ser, e da maneira que o rock devia ser. Eu amo essa música.

10646996_10152692958462863_5333817662163449620_n– Se vocês pudessem tocar QUALQUER cover, qual seria?

Nós tocamos “Born To Die In Berlin” dos Ramones no ensaio ontem, vamos gravá-la para um single em breve. Música ótima, simples e divertida. Aliás, eu roubei o riff de nossa música “RadioShadow” dessa música. Nós também tocamos uma grande versão para a música de Adam West “Piece of Ass” nos shows ao vivo, vamos gravar essa também em breve.

– Como você definiria o som da banda?

Kickass Hard Punk’n’Roll com algumas gotas de sexo.

– O que você acha da música que vem sendo lançada hoje em dia?

Eu gosto de muitas das músicas que estão saindo hoje em dia. O rock não morreu, Gene Simmons é só um rico velho e cuzão que não sabe do que está falando. Existem muitas novas bandas por aí e eu tento ouvir o máximo possível delas.

Ouça o disco “Right Between The Eyes”, de 2014, completo aqui:

As músicas do episódio “Chicago” de “Sonic Highways”, documentário de Dave Grohl e disco dos Foo Fighters

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“Sonic Highways”, o último disco dos Foo Fighters foi… bem, bacaninha. Não chega a ser ruim, na minha opinião, mas não chega nem aos pés de um “The Colour and The Shape” ou mesmo do “Wasting Light”, trabalho anterior do grupo de Dave Grohl. Mesmo os singles mais bacanas (“Feast and the Famine”, por exemplo) não emplacaram direito nas rádios. Mas o projeto tem um lado (muito) bom que não pode ser esquecido:

A série vale muito a pena. Sério, mesmo que você não goste do disco ou mesmo da banda, a série “Sonic Highways”, exibida na HBO, mostrou um pouco da história musical de 8 cidades dos EUA, de forma bem didática, porém divertida o suficiente pra grudar a atenção até de quem já conhecia todo o papo que estava sendo mostrado.

O primeiro episódio foi sobre a cidade de Chicago e trouxe entrevistas com pessoas do cacife de Rick Nielsen, do Cheap Trick (que participa da música “Something From Nothing” no disco) e falou sobre bandas como Jesus Lizard, Naked Raygun e até LCD Soundsystem. Reuni aqui alguns dos grandes sons que Grohl escolheu pra permearem este episódio. Lógico que não tem tudo, mas uma boa parte do que toca está aí. Se alguma banda se repete muito, é porque foi bem citada no episódio. Ah, se quiser ouvir a música dos Foo Fighters que foi originada nesse episódio, no fim do post eu incluí “Something From Nothing”. Próxima estação: Chicago!

Curtis Mayfield“Superfly”

Cheap Trick“Surrender”

Etta James“At Last”

Chicago“25 or 6 to 4”

Wilco“Outtasite (Out of Mind)”

Gene Krupa“Up an Atom”

Kanye West“Monster”

Robert Nighthawk“Cheating and Lying Blues”

Chuck Berry“You Never Can Tell”

Etta James“Something’s Got a Hold On Me”

Howlin’ Wolf“Smokestack Lightnin'”

Little Walter “Juke”

Willie Dixon“Back Door Man”

Ministry“Jesus Built My Hot Rod”

Muddy Waters“I’m a Man”

Wooden Joe Nicholas“Eh La Bas”

Buddy Guy“Dirty Mother For You”

Muddy Waters“Blow Wind Blow”

Bonnie Raitt“Big Road”

Naked Raygun – “Bombshelter”

Verboten“Slump Shot”

Muddy Waters“I’m A Hoochie Coochie Man”

Muddy Waters“Take a Walk With Me”

Muddy Waters“Got My Mojo Working”

Bobby Blue Band“Farther Up The Road”

Shellac“My Black Ass”

Pixies“Where Is My Mind”

D.O.A.“The Enemy”

Naked Raygun“Home Of The Brave”

Gogol Bordello“Start Wearing Purple”

The Breeders“Hellbound”

PJ Harvey“Man-size”

Jesus Lizard“Nub”

Explosions In The Sky“Postcard From 1952”

Bush“Swallowed”

The Breeders“Divine Hammer”

Cheap Trick“Don’t Be Cruel”

Jesus Lizard“Gladiator”

Kanye West“Homecoming”

The Breeders“Saints”

Chicago“Stay The Night”

Cheap Trick“Dream Police”

Cheap Trick“She’s Tight”

Naked Raygun“Rat Patrol”

LCD Soundsystem“All My Friends”

Big Black“Fists of Love”

Buddy Guy“Fever”

Naked Raygun“Soldier’s Requiem”

Naked Raygun“Gear”

E a criação dos Foo Fighters baseada em tudo que a cidade criou musicalmente, “Something From Nothing”:

Ali Koehler (ex-Best Coast) se junta a ex-baterista do Hole na banda Upset, formada só por garotas

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Ali Koehler era baterista das bandas Best Coast e Vivian Girls. Um dia, ela resolveu que era hora de tomar a frente de uma banda e falar tudo que queria no microfone, com a guitarra em punho. E foi assim que nasceu a banda Upset, um quase supergrupo (“chame como quiser”, disse ela) formado apenas por garotas.

Ali juntou-se a Patty Schemel (ex-baterista do Hole que ela conheceu pelo Twitter), Jennifer Prince (ex-guitarrista do La Sera) e Rachel Gagliardi (baixo) e o resultado foi o disco de estreia “She’s Gone”, lançado em 2013 pela gravadora Don Giovanni Records. Com 12 músicas e menos de 30 minutos, o disco é constituído de um som pop-punk cheio de ganchos, riffs e gritos sinceros.

Falei com Ali sobre a banda e sua trajetória:

– Como a banda começou?
Eu queria tocar guitarra e cantar novamente e a Patty também tava afim. O resto é história.

– Como surgiu o nome da banda, Upset?
Porque não? A vida pode ser difícil pra caralho.

– Quais são suas influências musicais?
Atualmente: Jawbreaker, Weezer, Saves the Day, The Get Up Kidz, Green Day, Paramore, Joyce Manor.

– Como foi o processo de deixar a bateria pra se tornar uma band leader?
Foi realmente libertador. Eu finalmente me senti confortável para falar o que penso.

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– O Upset pode ser considerado um supergrupo? Vocês vieram de quatro grandes bandas.
Diga como quiser. Somos apenas amigas com um pensamento parecido que querem fazer música para sempre.

– Como é o processo de criação das músicas da banda?
Normalmente eu crio o esqueleto de uma música e todo mundo ajuda a incluir os músculos e carne.

– O machismo ainda está rolando forte na indústria musical hoje em dia?
Ainda existe com muita força em todos os aspectos da vida entre as pessoas escrotas. Nós evitamos esse tipo de gente.

– Como você define o som da banda?
Pop punk.

– Se vocês pudessem tocar junto com qualquer banda, qual seria?
Weezer, Swearin.

– Quais são os próximos passos da Upset?
Acabamos de gravar uma fita. A data de lançamento e da tour serão divulgadas em breve.

– Que bandas novas chamaram sua atenção recentemente?
Girlpool, Stephen Steinbrink, Martha, Charly Bliss, lvl up.

Banda punk com síndrome de Down, Pertti Kurikan Nimipäivät promete sacudir o Eurovision, na Áustria

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Uma banda punk promete ser o grande destaque da edição 2015 do Eurovision, competição anual musical realizada pela União Europeia desde 1956.

A finlandesa Pertti Kurikan Nimipaivat (ou PKN) é uma banda punk cujos membros têm Síndrome de Down ou são autistas. O quarterto toca há seis anos e foi formado durante uma oficina de caridade para adultos com deficiência intelectual.

Tendo estrelado um documentário de 2009 chamad “The Punk Syndrome”, o PKN agora quer aumentar a conscientização sobre a Síndrome de Down, esmagando o Eurovision, na Áustria, com seu som apunkalhado e cheio de energia.

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Formada por Pertti Kurikka na guitarra, Kari Aalto nos vocais, Sami Helle no baixo e Toni Välitalo na bateria, a banda tem uma energia e som próximos à do punk de 77, com letras simples e direto ao ponto e guitarras que rasgam os ouvidos.

Com alguma sorte, a banda de Helsinki será uma pausa bem-vinda aos atos bonitinhos e cheios de glitter que costumam ganhar o Eurovision – algo que vai ajudar a tradicional competição musical a repercutir por todo o mundo.

A música que o PKN tocará será “Aina Mun Pitaa”, ou, em inglês, “I Always Have To”, que você pode ouvir abaixo:

Ouça mais do Pertti Kurikan Nimipaivat:

Assista ao documentário “The Punk Syndrome” completo e legendado:

Awesome Gig Posters [4]: Blink-182, 2014

Pois é, se você leu os blogs e portais musicais nos últimos dias, já sabe que o Blink-182 está se desintegrando (pela segunda vez) em uma briga digna de novela mexicana das tardes do SBT. A princípio, a banda faz mais um show com Matt Skiba do Alkaline Trio no lugar de Tom Delonge e a partir daí, só Deus sabe o que será do grupo e de Mark Hoppus e Travis Barker (eu, pessoalmente, torço pela volta do +44).

Mas como o assunto do post é pôsteres de shows incríveis, dane-se a briguinha do trio. Certo?

Blink-182 in London, 2014

Quem? Blink-182
Onde? 02 Academy, Brixton, London, UK
Quando? 08/08/2014
Artista do cartaz: Ian Williams

O show provavelmente teve momentos mais ou menos assim:

Setlist:

  1. Encore:

  2. (Mark Hoppus)

T-Shirtaholic [3]: Wayne Kramer, por Tyner

Hoje é dia de camiseta com o nome do grande cabeça do MC5 (e se você não conhece MC5, é bom ir agora procurar no Google e ouvir tudo que puder deles).

A estampa com o nome do grande Wayne Kramer é da marca Tyner, que tem como lema “Algodão, Liberdade, DIY e Revolução”, ou seja, a marca combina bem com o produto oferecido. ;)

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Para comprar a camiseta e chutar as geleias é só entrar no site da Tynerhttps://tynerculture.wordpress.com/portfolio/ref-007-wayne-kramer/

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